por Redação / Tommaso Mottironi

No dia de 20 de maio, promovido pelo Cineclube Torres, houve um abraço simbólico ao Museu Histórico de Torres, realizado por um grupo heterogêneo, de Torres e região, representando a sociedade civil, todos engajados para chamar a atenção sobre o estado de avançada degradação desse imóvel.

O telhado do edifício se primeiro apresentava uma goteira pontual e localizada num canto, por não ter sido objeto de tempestivos reparos, foi piorando inexoravelmente e progressivamente apresentando agora autênticos buracos na superfície do telhado. A partir desses rombos a água penetra em quantidade para o andar de cima e segue para o piso debaixo, até então aberto e usado para exposições e apresentações culturais, originando goteiras e mofos.

Este ato simbólico foi uma ação popular e cívica para alertar a comunidade em geral e o poder público sobre a urgência de ações de proteção para este bem material, patrimônio histórico do Município, em coincidência com o Dia Internacional dos Museus (18/05) e com o Aniversário do Município (20/05).

Já durante a ação, o Secretário da Cultura e do Esporte interveio, inclusive de forma destemperada, ordenando o fechamento imediato do espaço, como em retaliação, especialmente ao Cineclube Torres que utilizava o Museu para suas sessões, mas na prática atingindo todos os munícipes, todos potenciais utilizadores do espaço que estava naquela semana inaugurando uma exposição especial para o aniversário do município.

O Secretário logo em seguida se retratou, anunciando o fechamento somente a partir da semana seguinte, dia 26 de maio, em razão a realização de urgentes obras emergenciais, fixando sua duração e, portanto, o prazo de reabertura de 30 dias. O mesmo foi anunciado publicamente e pomposamente em abertura sessão da Câmara pelo Vereador Negrini, na qualidade de porta-voz do bloco político do executivo, no dia 23 de maio.

O Museu está então fechado já desde dia 25 de maio, mas, desde então, NADA FOI FEITO no local, nem aparece no portal da prefeitura qualquer licitação aberta para obra, nem sequer foi providenciado um reparo das telhas para impedir a entrada de água pluvial no edifício. Passaram já ciclones e tempestades e o edifício permanece com os mesmos rombos no telhado, água, provavelmente já escorrendo copiosa pelas paredes internas.

O destino deste edifício parece ser então o mesmo do Antigo Colégio Marcílio Dias, no Morro o Farol (Cenecista), deixado progressivamente ao abandono e à destruição, hoje fechado e emparedado em mais que precárias condições, do Abrigo, na Praia Grande, que também sofre de infiltrações e é também praticamente inutilizável.

Torres e a suas fábricas de ruinas; espaços históricos e simbólicos esquecidos pela administração, apodrecendo lentamente na sombra de outros mais pujantes empreendimentos, estes incentivados apesar de ficar, na maioria, vazios, em perfeita escala e estilo de Dubai.

Se quiser expressar e enviar seu repúdio ao abandono do Museu assine aqui:

https://redeculturatorres.org/salvem-o-museu/

Aqui a galeria de foto da “evolução” da situação:

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