Auditório José Antônio Picoral - SAPT - Centro
O edifício da SAPT na José Antônio Picoral é um marco na história da cidade: localizado exatamente na quadra onde se encontrava o antigo Hotel Picoral, recebeu esta herança simbólica e a concretizou num edifício imponente, que na época foi considerado entre os maiores empreendimentos turísticos no sul do Brasil.
O espaço central do edifício, denominado hoje de Auditório José Antônio Picoral foi desde a sua construção, final da década de ’40 e início dos anos ’50, um salão de festas utilizado para muitos eventos de caráter social e cultural, inclusive projeção audiovisual com padrões de qualidade similares aos da capital Porto Alegre.
Na época, o espaço contava com dois projetores sonoros Gaumont Kallee e uma tela “pearl glace” de grande luminosidade, uma novidade até para as salas cinematográficas da capital do estado.
Também eram presentes na época as infraestruturas para artes cênicas, com palco, poço para cenário, roldanas, etc. para espetáculos de vário tipo.
1950-60
Em Torres funcionam as seguintes salas de cinema: o Marajó, pertencente a Idio K. Feltes, que funcionou em diversos locais, entre eles no Hotel Farol e no antigo Clube Rio-Grandense; o cinema localizado nas dependências da SAPT – Sociedade Amigos da Praia de Torres e o Ronda, único cinema de bairro da cidade, pertencente a Nicola e Maria Zoanni.“Cinema no Interior do Rio Grande do Sul” de Carlos Arlindo Adib.
Posteriormente, com o fechamento do “Cine SAPT”, entretanto edificado expressamente para usos cinematográfico nos anos 60, o auditório foi novamente transformado em Cinema e espaço de apresentações em geral, denominado de “Cine Havai”.
Este espaço, depois de ter sido usado também por fins comerciais, a Feira de Ibitinga, retomou rapidamente a sua função cultural, hospedando mostras permanentes de artesanato local e proporcionando um auditório para apresentações artísticas, durante mais de uma década, com a denominação Casa da Cultura e, mais recentemente, Centro Municipal de Cultura.
Com estas denominação, o Auditório foi palco das principais atrações culturais na cidade, em praticamente todos os segmentos artísticos, para além de ser usado em audiências públicas e congressos de vária natureza.
Desde 2011 também foi utilizado, com equipamentos de projeção e sonorização, para sessões audiovisuais pelo Cineclube Torres, de forma continuada e com periodicidade semanal até Julho 2016, contabilizando mais de 200 sessões, algumas delas para público escolar.
Em 2012 o palco do Auditório recebeu por Lei Municipal a denominação de “Palco Laíz Maciel Reginatto” em homenagem permanente a uma figura seminal da cultura teatral em Torres, que teve a vida e a carreira interrompida precocemente no início daquele ano.
Após ter sido abandonado pelo poder público em 2016, voltou à gestão direta da Prefeitura de Torres em 2018, integrado a um espaço para artesãos e produtores locais (Casa da Terra), para ser usado para palestras, encontros e eventos culturais, permanecendo o uso cultural do Auditório, com atividades de vários segmentos artísticos, entre os quais as do Cineclube Torres.
Em 2020 foi definitivamente abandonado pela Prefeitura e agora está nas mãos da SAPT, que continua sendo proprietária do imóvel, porém se encontra ainda abandonado, sem uso, em estado de conservação precário e em avançada degradação.
Aqui o hotsite colaborativo dedicado ao Auditório José Antônio Picoral, plataforma para cultuar a sua memória e para pressionar, poder público e proprietários, para uma sua recuperação e valorização.