Parque Estadual José Lutzemberger / Parque da Guarita
Criado pelo Decreto n° 21.540, de 11 de agosto de 1965, abrange uma área de de113 hectares. Originalmente o Parque ocupava 1.500 hectares, incluindo morros, praias, dunas e vegetação de restinga.
De 1973 a 1978 o Parque estava sob a coordenação do Eng° Agrônomo José Luzenberger. O projeto original, elaborado por Burle Max, não chegou a ser implantado. Em outubro/novembro de 1996 o governo do Estado cedeu o Parque da Guarita à Prefeitura Municipal de Torres.
“As falésias formadas pelos morros permitem a prática de montanhismo, o oceano permite banhos, a prática de surfe e pesca esportiva. As trilhas, principalmente pelos morros, permitem caminhadas. A paisagem permite a contemplação de belezas lendárias e um tanto místicas, constituídas pela imensidão do oceano, a leste, pelo dinamismo geomorfológico do litoral e pelos contrafortes da Serra Geral a se confundirem no horizonte, ao oeste. Todos esses elementos constituem, em seu conjunto, cenários únicos em todo o litoral do Rio Grande do Sul.
Estudos botânicos realizados na área do Parque identificaram 174 espécies pertencentes a 51 famílias botânicas. Em 1820, Saint’Hilaire percorreu o litoral norte do Estado e descreveu a vegetação dos morros do Parque da Guarita. Relata que grande parte das Torres estava coberta por matagal. No entanto, em decorrência da crescente presença humana em todas as áreas, a vegetação tem sofrido forte impacto e, em consequência, a vegetação está depauperada, sobretudo nas áreas de mais fácil acesso. Os Morros do Parque da Guarita constituem os únicos afloramentos rochosos em todo o vasto litoral sul-rio-grandense e a vegetação litófila que aí se desenvolve justifica por si toda a importância do Parque da Guarita. Sobre os mesmos desenvolve-se uma vegetação caracteristicamente rupestre comofítica ou pararupestre, de caráter xerofítico e muitas espécies apresentam estruturas suculentas. A vegetação lenhosa é constituída por arbustos anões, de formas arredondadas (almofadadas) em decorrência da forte ação do vento. São
encontradas diferentes espécies de Cactaceae, como Cereus hildmanianus K. Schuman, Lepismium cruciforme (Vell.) Miquel, Opuntia vulgaris Mill., Rhipsalis baccifera M (Mill.) Stearn, Bromeliaceae, como Dyckia marítima, Piperaceae, Asteraceae, Juncaceae, Fabaceae, Myrtaceae, Poaceae, Verbenaceae, Orchidaceae, entre muitas outras famílias. As comunidades vegetais dos Morros do Parque estão condicionadas ao ambiente altamente especializado e único em todo o litoral do Estado, atestando por si e de maneira plena, a necessidade da preservação desses ambientes e da biota que se desenvolve
na área do domínio do Parque (Lindeman et al. 1975; Valls 1975).
A presença do numeroso público, particularmente durante a estação de veraneio, não constitui um obstáculo em si, para a preservação, quer dos ambientes, como das comunidades. No entanto à medida que aumenta o público, devem ser desenvolvidos projetos de zoneamento, delimitando as áreas onde o acesso é permitido, paralelamente com o desenvolvimento de programas eficientes de educação ambiental, visando tanto a população do entorno como, e sobretudo, a população visitante.”
(de “ÁREAS PROTEGIDAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: O ESFORÇO PARA A CONSERVAÇÃO” de Albano Backes)
Atualmente é geossítio integrante do projeto Geoparque Cânions do Sul.
foto de Ricardo André Frantz