Prédio do Grupo Escolar Marcílio Dias
“Aos dois dias do mez de setembro de mil novecentos e vinte e dois, às dez horas do dia, nesta Villa de Torres, Estado do Rio Grande do Sul, no edifício destinado para nelle funccionar o Grupo Escolar, presentes o Cel. Pacheco de Freitas, Intendente Municipal, Dr. Ovídio Christiano dos Reis, Presidente do Conselho Escolar desta Villa, professor Alexandre Schilling, accumulando a direção do dito Grupo e as professoras dd Diva Mello Leite de Castro e Mercedes d’Oliveira Lopez, inaugurou-se o Grupo Escolar desta Villa, tomando professor e professoras posse de seus cargos respectivos.” (grafia da época)
Assim nasceu o Grupo Escolar da Vila de Torres e que mais tarde levaria o nome de Grupo Escolar Marcílio Dias. Esta escola que completará, no próximo mês, 100 anos de existência, teve como sua primeira sede o sobrado do padre Lomônaco que possuía três salas de aula abrigando cerca de 107 alunos. Mais tarde, em 1942, a escola ganhou uma sede própria.
“Em dois de setembro de 1942, foi realizada a inauguração da escola que recebeu o prédio novo e passou a se chamar Grupo Escolar Marcílio Dias. Localizava-se no alto do Morro do Farol. Esta foi a primeira escola pública Estadual do município de Torres com prédio próprio e definido para esta finalidade.”
Estudei na escola quando ela ainda estava no morro do farol e me mudei com ela para o novo prédio (onde funciona atualmente). Na época deixamos para trás uma escola antiga e cheia de problemas, para irmos para outra recém construída. Estávamos trocando uma casa antiga por uma nova e em condições de crescer e acolher ainda melhor as crianças e os adolescentes torrenses.
“No mês de setembro de 1977, a escola muda-se para um novo prédio localizado no atual endereço, Travessa Armando Torres, número 40. Em dezembro de 1979, amplia a capacidade de oferta da escola à comunidade torrense passando a contar com o ensino de segundo grau completo e a se chamar Escola Estadual de 2º Grau.”
A escola que principiou na casa do vigário Lomônaco para mais tarde se estabelecer no alto do morro, estava de mudança novamente, agora para a parte baixa, onde já tinha mudado o próprio centro da cidade. No antigo prédio da escola da cidade se estabeleceu a Escola Comercial de Torres (depois Cenecista). Foram longos anos de funcionamento, sempre com grandes dificuldades, formando técnicos em contabilidade e, mais tarde, também em administração. A duras penas a escola teve sua estrutura conservada. Mas, por algum motivo, a escola fechou novamente.
E estava assim, desde então, sendo abrigo para indigentes e usuários de drogas. Porém, agora está “protegida”. Fecharam, com tijolos e cimento, toda e qualquer abertura para o mundo exterior. Prestes a completar 80 anos, o prédio da antiga escola continua lá, esperando que alguém o liberte.
(Artigo publicado no jornal “O Fato em Foco”)
Adenda:
Com o Decreto nº 2.958, de 31 de março de 1922 foi criado o Grupo Escolar da Vila de Torres, que foi inaugurado em 2 de setembro de 1922; o primeiro prédio onde funcionou a escola era a casa do Padre Lamônaco, a casa paroquial.
Em 1940, com o decreto nº 91, de julho, a escola passou a se chamar Grupo Escolar Marcílio Dias, em honra do marinheiro Marcílio Dias, gaúcho de São José do Norte, relembrado para seus ideais de coragem e heroísmo, tendo morrido muito jovem, aos 26 anos, lutando pelos ideais brasileiros na histórica e memorável batalha de Riachuelo.
O novo edifício do Colégio foi inaugurado no alto do Morro do Farol com a presença do secretário de educação da época Dr. J. P. dos Santos na comemoração dos 20 anos do Grupo Escolar, em 1942.
Em 18 de maio de 2020, em sessão realizada na Câmara de Vereadores de Torres foi aprovado, por unanimidade, o Projeto de Lei 05/2020, que autoriza a prefeitura a conceder, a título oneroso, o bem público denominado “Antiga Escola Cenecista”, para exploração comercial, mediante licitação, na modalidade Concorrência Pública, mas i imóvel ainda se encontra abandonado.
(editor da Rede Cultura Torres)