Hoje dia 14 de Agosto de 2023 completam 444 dias do fechamento do Museu Histórico de Torres.

Em maio de 2022, o edifício foi fechado de forma repentina, após uma ação popular, o abraço ao Museu, promovido pela sociedade civil para alertar sobre a necessidade de reparos urgentes na cobertura do edifício, que abrigava mostras de acervos histórico e exposições artísticas temporárias, para além de permitir encontros e atividades culturais continuadas, como a programação do Cineclube Torres.

No momento do fechamento a noticia divulgada seria que os reparos emergenciais ocorreriam em 30 dias, mas desde então nem uma telha foi reposta, nem uma calha foi substituída na cobertura do Museu. (em baixo foto de Maio de 2023)

Mesmo com abertura de um procedimento de inquérito civil pelo Ministério Público, a Prefeitura de Torres não tomou uma medida que fosse para proteção do imóvel, alegando para o MP ora a necessidade de licitação, com ritos e prazos legais alongados, ora a exigência de um parecer do COMPHAC, ora a obrigação de instrução de um pedido especial para o IPHAE por estar no perímetro da Igreja de São Domingos das Torres.

Tudo isso mostrando insensibilidade com a urgência de uma intervenção de proteção, não só do imóvel em si, mas também do acervo ali mantido, em condições de insalubridade tal de poder causar danos permanentes ao acervo ali custodiado, desde janeiro de 2023, sem os cuidado de um museólogo ou museóloga.

O estado de abandono do prédio também atraiu depredações e pichações de fachada, transformando rapidamente assim o edifício do Museu numa espécie de ruina, à mercê à noite de todo o gênero de atividades lícitas e ilícitas. E sem qualquer planejamento para reparos e reabertura do espaço.

Recentemente, talvez pela pressão do citado inquérito civil em andamento (registrado sob o n. 01591.000.194/2022, cujo longo iter é acessível aqui) ou pela saída do até então Secretário da Cultura e do Esporte, finalmente a situação parece começar a ter um andamento positivo, com a contratação de uma empresa para realização da reforma do telhado, uma contratação feita com DISPENSA DE LICITAÇÃO, demonstrando assim a falácia das anteriores alegações em matéria.

Até a data de hoje, ainda não existe nenhuma divulgação oficial desta ação, esperamos portanto que não seja unicamente uma manobra para protelar o assunto no âmbito do inquérito civil, mas sim um primeiro passo para o restauro e a valorização de um importante espaço de cultura do município, para além de edifício de importante valor histórico e patrimonial.

Mesmo assim é de lamentar esse hiato de gestão que provocou a degradação do imóvel e subtraiu à população e à comunidade cultural um espaço de uso público, presentemente o único à disposição para eventos culturais, até agora por 444 dias, 15 meses, e que até hoje permanece ainda sem qualquer data prevista para sua reabertura.

Quem tiver interesse em comparar a realidade do espaço cultural nesse período, pode ver aqui o estado do Museu em Janeiro de 2022, inclusive com visita virtual, acessando ao hotsite realizado com o fomento da Lei Aldir Blanc.

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