Sítio arqueológico Sambaquis da Pedra da Itapeva

Sítio arqueológico Sambaquis da Pedra da Itapeva
Endereço: Parque Estadual da Itapeva
Responsável: Secretaria Estadual do Meio Ambiente SEMA

Sambaqui escavado entre os anos 1982/1983, localizado no Parque Estadual da Itapeva.

O Sítio arqueológico de Itapeva localiza-se no litoral da parte setentrional do Estado do Rio Grande do Sul, no
Município de Torres. Distante 3 km da Torre do Sul, encontra-se o Morro de Itapeva, sobre o prolongamento do qual está situado o Sítio Arqueológico de Itapeva (RS-LN-201), estando coberto por dunas móveis com vegetação rasteira e arbustiva. Itapeva é um bloco de basalto que faz parte do conjunto de elevações basálticas que caracterizam o ponto extremo norte do litoral gaúcho. A ocupação do sítio parece ter se dado a partir de 4000 AP, com a chegada dos grupos coletores-pescadores-caçadores responsáveis pela implantação do sambaqui. Neste jazigo de conchas encontramos ossos humanos, objetos líticos e peças de cerâmica. A
análise visa, de uma forma geral, demonstrar os hábitos alimentares da sociedade pré-histórica que habitava este sambaqui, a partir da identificação dos restos de alimentação e deposição de moluscos encontrados no sítio. Este processo é efetuado através da análise qualitativa e quantitativa, utilizando-se de bibliografia específica para determinar a classificação taxonômica. Para uma melhor classificação utilizamos uma ficha de análise de material conchífero, segundo método utilizado por Pomponet. Até o momento foram classificados 28 espécies de moluscos, dentre 3335 conchas, fragmentadas ou não. As espécies que possuem
maior representatividade são Olivancillaria vesica auricularia, seguida por Thais haemastoma,. Dentre as formas terrestres encontramos Megalobulimus sp. e Strophocheilus sp., além de Pomacea canaliculata, que é uma forma lacustre. De acordo com os resultados parciais obtidos até o presente momento, podemos considerar que a alimentação da população pré-histórica deste sítio é baseada, em grande parte, no consumo de moluscos, sendo em sua maioria de habitat marinho. Também observamos que algumas conchas apresentaram orifícios antrópicos (feitos por humanos), que possivelmente serviriam de adornos (como por
exemplo colares) ou para facilitar a retirada do animal de sua carapaça.

(Fonte: UFRGS – Repositório digital)

RS-201, 202 e 203, sambaquis de Itapeva
Segundo ficha assinada por P.I. Schmitz, J.P. Brochado, M. Bombin e I.I. Basile Becker, de 25/27.07.1966, o Sambaqui de Itapeva 1 encontrava-se a 300 m do Oceano sobre o terceiro dos montes a contar da Itapeva e media 65 x 45 m e 145 cm de espessura. Em tempos históricos existia sobre ele uma casa, cuja moradora se chamava Rosa. Na coleta de superfície apareceu grande quantidade de cerâmica com verniz amarelo, além de muitas pedras e alguns artefatos indígenas. Foram feitos 3 cortes estratigráficos (Figura 13): P 1, pequeno, na base da elevação, ao lado do antigo caminho da moradora Rosa, no qual, até os 20 cm de profundidade, apareceram muitos ossos de peixes e conchas. P 2, sobre o cômoro, com 40 cm de lado; até os 40 cm terra argilosa, escura, com alguns ossos; de 40 a 60 cm camada de conchas com pouca areia. P 3, sobre o cômoro, perto do P 2, medindo 110 x 60 m de lado. Na superfície, cerâmica inclusive europeia, seixos, lascas e núcleos; de 02-40 cm, sedimento arenoso escuro; de 40-100 cm, sedimento arenoso escuro, com
carvão, ossos de peixe e de cetáceos grandes, muitos quebra-coquinhos inclusive um pequeno blocos com muitos quebra-coquinhos; de 100-110 cm, camada compacta de conchas de origem marinha e terrestre e ossos de peixe; de 110-120 cm, grande quantidade de conchinhas e grandes conchas do altomar, carvão e ossos de peixe, um percutor de dois lados; de 120-145 cm, sedimentos escuros com carvão, conchas esparsas e bastantes pedras quebradas, fragmentos de conchas grandes de alto-mar; de 145 cm em diante
sedimento marrom-escuro compacto, com o qual foi encerrada a escavação. Segundo ficha de 27.07.1966 assinada pelos mesmos arqueólogos, o sambaqui de Itapeva 2, bastante conservado, estava 25 m ao sul do anterior e media 20 x 25 m e 105 cm de espessura. Nele foi aberto um corte estratigráfico de 90 x 50 cm, aprofundado até 110 cm. A estratigrafia mostra uma alternância de camadas arenosas com carapaças trituradas de moluscos, ossos de peixe, carvão e poucos artefatos.

(Fonte: PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS PIONEIRAS NO LITORAL NORTE GAÚCHO (1960-1970) de Natália Machado Mergen e Pedro Ignácio Schmitz)

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